ORIXÁS – Características e peculiaridades

 

     Nas Nações aqui do Rio Grande do Sul, cultuamos 12 Orixás. Os Orixás para nós são encantados, ou seja, espíritos da natureza que nunca encarnaram na Terra. São energias puras com várias manifestações em nosso dia-a-dia. Os Orixás por nós cultuados são: Bará, Ogum, Iansã/Oiá, Xangô, Odé, Otim, Obá, Ossanha, Xapanã, Oxum, Iemanjá e Oxalá.

ORIXÁ BARÁ

 

     Os primeiros missionários, após identificarem o que significava esse Orixá aos negros, logo sincretizaram esse Orixá com o Diabo. Isso tudo baseado nas características: irreverência, prepotência, arrogância, astucia e um ser nem um pouco puro, se óbvio comparado aos padrões da Igreja Católica. Não podemos esquecer as duas principais características que esse Orixá representa: liberdade e virilidade sexual! Situação que realmente perturbava muito a Igreja.

     Por várias características pertencentes aos homens, Bará se apresenta como o Orixá mais humano de todos os Deuses Africanos, a mais marcante é que responde sempre na mesma forma e como é tratado, se ganha o que lhe pertence, encontraremos um Orixá Prestativo e presente, segurando todas nossas futuras necessidades, caso contrário devemos nos preparar, sem exagero, para alguma coisa desagradável.

     Bará é o dono das chaves, encruzilhadas e caminhos, deve sempre ter suas obrigações e cortes feitos em primeiro lugar, assim nós humanos garantimos a segurança de nosso ritual.

 

Características:

Saudação:  Alupo ou Lalupo.

Dia da semana:  Segunda-feira.

Número: 7 e seus múltiplos, para Agelú 8 e seus múltiplos.

Cor: Vermelho.

Tipos: Elegba e Lodê ( rua ), Agelú, Adague e Lanã ( dentro de casa ). 

Guias: Corrente ( rua ), contas vermelhas ( dentro de casa ).

Frente seca (todos os azedos): Pipoca, milho torrado, 7 batatas inglesa e dendê.

Ecó: Água, 7 punhados de farinha de mandioca e 7 gotas de epô.

Frente seca para Agelú: Pipoca, milho torrado claro, 8 batatas inglesa, 8 balas de mel e mel.

Ecó: Água, 8 punhados de farinha de mandioca e mel.

Aves:  Pombos cinza, Galo velho vermelho com preto para Légba e Lodê, Galo vermelho para Adague e Lanã e Frango vermelho para Agelú.

Quatro-pés: Bode para Légba e Lodê, cabrito adulto para Lanã e Adague, cabrito novo para Agelú. Pode ser todas as cores menos preto. Branco é sempre aceito.

Adjuntós:  Légba faz adjuntó com Oiá Içá ( Oiá do buraco ) e em alguns casos com Dirã; Lodê faz adjunto com Oiá Timboá e Dirã; Lanã e Adague faz adjunto com Oiá e Obá;Agelú faz adjuntó com Oxum Pandá e Oiá.

Ferramentas: Corrente de aço, cachimbo, foice, moedas, búzios machos. Além das ferramentas, o falo ereto também é uma representação utilizada.

Assentamento: O assentamento de Bará é feito em um alguidar de barro crú, onde é acomodado o ocutá e suas respectivas ferramentas.

Partes do corpo: Ossos, pênis, uretra, bexiga e sangue.

Ervas: Fumo brabo, dinheiro em penca, arruda macho, alevante, guiné, orô, arnica, cipó-mil-homens, carqueja, canela.

Frutas: Manga, ameixa vermelha, butiá, maracujá, cana-deaçúcar.

Bicho de estimação: Rato.

Apelido: Menino.

 

 

 

 

 

ORIXÁ OGUM

 

     Ogum é o Orixá da guerra, defende as leis e a ordem, representa todas as batalhas da vida humana, na luta pelo dia-a-dia, está presente em tudo aquilo que é preciso lutar para se alcançar vitória.

     Com Ogum os homens aprenderam a manufaturar o ferro e o aço, a Ogum pertence o Obé – a faca utilizada para os sacrifícios, assim como todas as ferramentas forjadas a ferro.

 

Características:

Saudação: Ogunhê.

Dia da semana: Avagã – segunda-feira, os demais na quinta-feira.

Número: 7 e seus múltiplos.

Cor: vermelho e verde escuro.

Tipos: Avagã ( rua ), Olobedé, Onira e Adiolá.

Guias: Vermelho e verde escuro, em alguns casos coloca-se preto para o Avagã.

Frente seca: Pipoca, costela de gado assada, farofa com azeite de dendê.

Aves: Pombos cinza, Galo vermelho e preto para Avagã, Galo dourado para os demais.

Quatro-pés: Bode para Avagã e cabrito para os demais. Cor Branca.

Adjuntós: Avagã faz adjuntó com Oiá Timboá ou Dirã, Onira com Oiá, Olobedé com Iansã, Adiolá com Oxum Pandá ou em casos raros Iemanjá Bocí.

Ferramentas: Cobra em bote, espada fechada, lança, bigorna, cerrote, alicate, tenaz, cravos, moedas, búzios macho e ferramentas de todos os tipos.

Assentamento: O assentamento de Ogum Avagã é feito sem ocutá, somente no prato com as ferramentas. Os demais Oguns são assentados em ocutás.

Partes do corpo: Ossos e arcada dentária.

Ervas: Espada de Ogum, Lança de Ogum, inhame, arruda, eucalipto.

Frutas: Laranja, marmelo e cana.

Bicho de estimação: Cobra e cavalo.

Apelido: Ferreiro.

 

ORIXÁ OIÁ/IANSÃ

 

     Rainha dos raios, ventos e tempestades, Iansã é um Orixá feminino, enérgico, sensual e autoritário. Iansã é o Orixá que responde pelo teto e também é dona da panela. Na mitologia dos Orixás Iansã primeiramente foi casada com Ogum, traindo-o mais tarde com Xangô, não abandonando as relações com seu primeiro casamento. Iansã é o Orixá do amor quente, da paixão descontrolada. Em outra passagem mitológica, Iansã é presenteada por Xapanã, que a concede o poder sobre os eguns – espíritos maléficos, tornando-se conhecida também por Rainha dos Eguns. Nessa passagem fica claro que é a divindade que responde pela feitiçaria e magia espiritual.

 

Características:

Saudação: Epa ie io.

Dia da semana: Terça-feira.

Número: 7 e seus múltiplos.

Cor: Vermelho e branco.

Tipos: Iça Oku, Timboá e Dirã ( rua ), demais: Niqué, Nide, Bomi, Oiá Docô.

Guias: Vermelho e branco.

Frente seca: Pipoca, opeté de batata doce e dendê. Para a rua acrescentar 7 rodelas de batata doce frita.

Aves: Pombos cinza, galinha carijó para as de rua e vermelha para as demais.

Quatro-pés: Na rua quando come junto com Bará e Ogum cabrito branco, se come sozinha cabrita branca.

Adjuntós: Iansã casa com Bará, Ogum, Xangô e Xapanã.

Ferramentas: Cobra em bote para as Iansãs da rua, espada de raio, taça, alianças, raios, moedas, búzios fêmea.

Assentamento: O assentamento de Iansã é sempre feito em ocutá, normalmente dentro de taça de barro, em alguns casos as de rua pode  ser assentadas em panelas de ferro ou barro.

Partes do corpo: Olhos e sistema digestivo.

Ervas: Espada de Iansã, arruda e folha de pitangueira.

Frutas: Maçã, pitanga, cereja e manga.

Bicho de estimação: Barata.

Apelido: Rapariga.

ORIXÁ XANGÔ

 

     O Orixá do fogo e do trovão, Senhor da justiça, considerado um Orixá vaidoso, que gosta de festas e comemorações. Sua sensualidade atrai as mulheres de modo geral. Na mitologia dos Orixás Xangô é casado com três mulheres: Oiá, Obá e Oxum.

     Esse Orixá é sempre lembrado pelos fiéis do Batuque em casos de difícil resolução e justiça, já que suas atitudes são sábias e rígidas. Além disso, tudo que é relacionado a burocracia e estudo está vinculado a Xangô.

 

Características:

Saudação: Kao Kabecilê.

Dia da semana: Terça-feira.

Número: 6 e seus múltiplos.

Cor: Vermelho e Branco.

Tipos: Agodô, Aganjú e Aganjú ibedji.

Guias: Contas vermelhas e brancas.

Frente seca: Amalá refogado de mostarda com espinhaço de carneiro e pirão de farinha de mandioca. Decorado com bananas e maçã. A carne pode ser peito de gado como opção.

Aves: Pombo cinza e galo branco.

Quatro-pés: Carneiro novo para Aganjú e carneiro criado para Agodô.

Adjuntós: Xangô casa com Oiá, Obá e Oxum.

Ferramentas: Oxé, machado com 2 lâminas, balança, espada, pilão, socador, livro, búzios macho e moedas.

Assentamento: O assentamento de Xangô é feito em ocutá dentro de uma gamela que fica sobre um pilão de madeira, junto com suas ferramentas.

Partes do corpo: Língua e região toráxica.

Ervas: Arruda, inhame e gervão.

Frutas: Banana, pêssego, ameixa branca e maçã.

Bicho de estimação: Leão e gato.

Apelido: Tramposo.

 

 

 

 

 

ORIXÁ ODÉ/OTIM

 

     No batuque esses dois Orixás são cultuados juntos. São protetores das matas e dos animais silvestres e selvagens. São os Orixás da fartura e da abundância. Quando falamos em casal, isso simboliza a dissociação de uma personalidade em aspectos feminino e masculino. Odé e Otim são casados.                                 Odé, o homem, é tudo que existe de bom. É grande caçador, com seu arco abate a caça, logo a seguir, penalizado, entrega-a a Otim, que prepara e come tudo, oferecendo-lhe somente os restos, com os quais ele se contenta. Otim carrega na cabeça como velho costume africano um cântaro d’água. Odé e Otim são os Orixás do amor universal conhecidos em todas as Nações como o casal perfeito.

 

Características:

Saudação: Oke Bambo.

Dia da semana: Sexta-feira por ser o dia de Iemanjá, também é cultuado na segunda-feira.

Número: 7 e seus múltiplos.

Cor: Odé – azulão e branco, Otim – azulão e rosa.

Guias: Nas cores citadas acima, de forma intercalada.

Frente seca: Feijão miúdo com costela de porco para Odé e chuleta de porco para Otim.

Aves: Pombos cinza, galo pintado para Odé e galinha pintada para Otim.

Quatro-pés: Casal de porcos.

Adjuntós: Casam somente entre eles.

Ferramentas: Arco e flecha, bodoque, lança, búzios macho e fêmea e moedas.

Assentamento: Ao contrário de outras nações em que são assentados em vultos de madeira, na nossa feitura Odé e Otim são assentados em ocutás e em pratos de barro separados.

Partes do corpo: Pulmão e garganta.

Ervas: Folhas de araçá e butiá.

Frutas: Frutas silvestres.

Bicho de estimação: Animais selvagens.

Apelido: Odé – Caçador, Otim – Gorda.

 

 

ORIXÁ OBÁ

 

     Nome de um rio Africano, Obá está também associada as águas doces, porém quando revoltas. Companheira de Bará é um orixá de frente, uma guerreira que traz consigo a navalha e o facão. Em uma das lendas mais populares da religião africana, conta-se que Obá e Oxum eram casadas com Xangô, uma semana para cada uma cuidar do marido, o que Oxum fazia, Obá copiava Oxum não aguentava mais que Obá copiasse suas receitas culinárias, o que era seu forte para segurar Xangô.

     Certo dia Oxum decidiu acabar com a imitação, convidou Obá para ir até sua casa, onde a recebeu com uns panos amarrados na cabeça, na altura das orelhas. Oxum preparava um caldo para Xangô, e disse a Obá que dentro tinha colocado, para agarrar Xangô definitivamente, suas próprias orelhas, oque era mentira, eram apenas grandes cogumelos. Xangô ao chegar comeu aquele caldo como nunca, Obá ao ver a cena, correu pra casa e começou a preparar o caldo, tudo certo como oxum teria dito, só que Obá cortou realmente sua orelha, Xangô ao comer enjoou e cuspiu tudo. Continuava então a guerra entre Oxum e Obá, só que agora muito mais séria, Xangô como não aguentava mais tanta discussão, resolve matas ambas, que saem correndo pelo mato, transformando-se em rios. E hoje nota-se que o encontro entre os rios Oxum e Obá, na África, são revoltos.

     Obá ao se manifestar em um Batuque dança com uma mão tapando sua orelha arrancada. Com base nessa lenda trabalhamos com Obá em alguns casos de amor, principalmente para separar.

     Todas as máquinas, carros e navios estão relacionados a Obá, a roda pertence a Ela.

 

Características:

Saudação: Exó.

Dia da semana: Segunda-feira ou quarta-feira.

Número: 7 e seus múltiplos.

Cor: Rosa.  Guias: Contas rosa.

Frente seca: Feijão miúdo refogado com salsinha e uma rodela de abacaxi com epô.

Aves: Pombo cinza e galinha cinza.

Quatro-pés: Cabrita mocha, muito importante que seja virgem.

Adjuntós: Bará Lodê, Lanã e Adague, Xangô, Xapanã Jubeteí e Sapatá.

Ferramentas: Navalha, timão com navalhas, roda, moedas e búzios.

Assentamento: Em ocutá, dentro de prato de barro, com suas ferramentas.

Partes do corpo: Aparelho auditivo interno e externo.

Ervas: Arruda.     Frutas: Romã e abacaxi.

Bicho de estimação: Rã.

Apelido: Menina. 

 

ORIXÁ OSSAIN

 

     A esse Orixá pertencem todas as folhas medicinais e ervas utilizadas nos rituais de Nação, por esse motivo temos um Orixá muito respeitado e cultuado em todas as Casas de Religião, podemos dizer que Ossanha possui a solução para todos os problemas relacionados a cura de enfermos, tanto material quanto espiritual. Conta uma lenda muito difundida em Cuba, que certo dia Xangô se queixa a Iansã uma de suas mulheres, que somente Ossanha possuía o segredo medicinal das ervas, e portanto todos os Orixás estavam dependendo dele na terra. Para agradar o Marido, Iansã lança seus ventos fortes aos quatro cantos do mundo, esses ventos derrubam a cabaça de Ossanha que estava pendurada em uma árvore, quando o Orixá viu aquilo acontecer saiu gritando: “Ewé O! Ewé O!” (“Oh as folhas! Oh as folhas!”), só que já era tarde demais, os Orixás pegaram o que foi possível e as repartiram entre sí.

     Este Orixá não possui uma das pernas, caminha com auxílio de muletas, quando se manifesta em alguns filhos, pode dançar com apenas uma das pernas. Outra área de atuação do Ossanha, quase que esquecida é que Ele também é o dono da moeda corrente. Oxum é a dona do ouro, porém o dinheiro do dia-a-dia pertence a esse Orixá.

 

Características:

Saudação: Eu-eu.

Dia da semana: Segunda-feira.

Número: 7 e seus múltiplos.

Cor: Verde claro e branco.

Guia: Verde claro e branco ou guia de bronze com ferramentas.

Frente seca: Pipoca, opeté de batata inglesa em formato de porongo e epô.

Aves: Pombos cinza e galo pescoço pelado ou arrepiado.    

Quatro-pés: Cabrito branco.

Adjuntós: Oxum Demun e Iemanjá Bocí.

Ferramentas: Muleta, coqueiro, bisturi, moedas e búzios machos.

Assentamento: É feito em ocutá, num prato de barro com suas ferramentas.

Partes do corpo: Pé e pernas.

Ervas: Eucalipto cheiroso, arruda e pitangueira.

Frutas: Pitanga, abacate e figo.

Bicho de estimação: Cágado.

Apelido: Perneta.

 

ORIXÁ XAPANÃ

 

     Este Orixá conhecido por sua fúria e vingança contra malfeitores e pessoas que tratam as coisas sem o devido respeito e honestidade, é muito respeitado em todas as Nações da África ao Brasil. Pertence a Xapanã todas as doenças materiais e espirituais, principalmente as doenças de pele, como a varíola e a lepra, com essas geralmente castiga quem merece. Uma de suas missões no mundo material e espiritual, é varrer as coisas que não tem mais utilidade, por este e outros motivos, é um dos orixás que respondem junto com Xangô e Iansã pelos processos de desencarnação, pelos cemitérios, pela destruição e em defesa contra espíritos maléficos.

     Sua Mãe, Nanã Burukun, abandonou-O na praia quando pequeno por suas feridas em grande quantidade. Xapanã foi recolhido as profundezas do oceano, cuidado e criado por Iemanjá, que fez para Ele uma roupa de palha-da-costa, cobrindo-O da cabeça aos pés. Ficou forte e saudável, porém as cicatrizes nunca desapareceram. Normalmente os filhos desse Orixá são marcados pelo corpo, com pequenas feridas, espinhas, manchas e secreções que assim como aparecem, desaparecem, ficando nesse processo pelo resto da vida.

     Xapanã é um Orixá de extremos e opostos, assim como é a divindade da transformação.

 

Características:

Saudação: Abao.

Dia da semana: Quarta-feira.     

Número: 7 e seus múltiplos.

Cor: Vermelho e preto para Belujá e Jubeteí ou roxo para Sapatá.

Guia: Vermelha e preta ou toda roxa.

Frente seca: Pipoca, feijão torrado, amendoim torrado e epô.

Aves: Pombos cinza e galo carijó.     Quatro-pés: Cabrito branco.

Adjuntós: Iansã, Obá e Oxum.

Ferramentas: Armas de fogo, cachimbo, vassoura, gadanho, favas, xaxará, moedas e búzios macho.

Assentamento: O assentamento é feito em ocutá dentro de um prato de barro com suas ferramentas. Quando for o Orixá de cabeça, pode ser assentado em cabaça ( porongo ).

Partes do corto: Pele.      Ervas: Guanxuma, arruda e gervão.

Frutas: Uva preta, amendoim, café e ameixas.     Bicho de estimação: Mosca, cachorro e formigas.

Apelido: Mosqueiro.

 

ORIXÁ OXUM

 

     Senhora soberana das águas doces. Todos os rios, lagos, lagoas e cachoeiras pertencem a esse Orixá. O casamento, o ventre, a fecundidade es as crianças são de oxum, assim como, talvez por consequência, a felicidade.

     O ouro e jóias em todas as espécies também são de Oxum. Pela hierarquia é o primeiro orixá doce seguida de Iemanjá e oxalá, formando assim o grupo de Orixás chamados Cabeças Grande. Em uma lenda conta-se que quando os Orixás chegaram ao mundo eram feitas reuniões onde as mulheres não poderiam participar, Oxum insatisfeita com a decisão retirou toda a fecundidade do mundo, nada mais crescia e nada mais nascia. Os homens da terra passaram a desacreditar nos Orixás, pois a eles recorriam e não obtinham a solução desejada, pois a fecundidade pertence ao Orixá em tal insatisfação. O Grande Pai explicou aos Orixás que sem Oxum nas decisões sobre a terra nada adiantaria, pois ela tinha o segredo da procriação. Sendo assim Todos foram até a Mãe, que aceitou as desculpas, começou a participar das decisões e o mundo retornou seu ritmo normal.

 

Características:

Saudação: Ora Ie-ieu, Ie-ieu, Ie-ieu-a.

Dia da semana: Sábado.

Número: 8 e seus múltiplos.

Cor: Todos os tons de amarelo.

Tipo: Ibeji, Pandá Ibeji, Pandá, Taladê, Demun, Olobá e Docô.

Guias: Amarelo, variando o tom conforme a qualidade da Oxum.

Frente seca: Canjica amarela e quindins.

Aves: Pombos telha e galinha amarela.

Quatro-pés: Cabrita amarela.

Adjuntós: Bará, Xangô, Xapanã e Oxalá.

Ferramentas: Todos os adornos femininos em ouro, leque, caramujos, moedas e búzios.

Assentamento: É feito em ocutá, dentro de um prato de vidro coberto e suas ferramentas.

Partes do corpo: Aparelho reprodutor feminino e seios.

Ervas: Fortuna, dinheirinho em penca, folha de laranjeira e manjericão.

Frutas: Maçã, bergamota, pêssego e mamão.

Bicho de estimação: Aranha.

Apelido: Melosa ou Mãe.

 

 

ORIXÁ IEMANJÁ

 

     Mãe Universal é considerada a dona da maternidade, do casamento e da família, este orixá reina nas águas do mar e em tudo que está relacionado a ele. O mar e suas açterações representam com sabedoria a Grande Mãe. O mar é lindo e fascinante, porém na maioria das vezes severo e perigoso quando não respeitado ou subestimado, essas características refletem diretamente a energia de Iemanjá, Ela é a Mãe que cria e educa, punindo se necessário, tudo pela educação e crescimento.

 

Características:

Saudação: Omio-odô, Odô-Iá.

Dia da semana: Sexta-feira.

Número: 8 e seus múltiplos.

Cor: Azul.

Guias: Azul, variando otom conforme a qualidade da Iemanjá.

Frente seca: Canjica branca e cocada.

Aves: Pombo pintado e galinha branca.

Quatro-pés: Ovelha.

Adjuntós: Oxalá, em alguns casos com ogum Adiolá.

Ferramentas: Todos os adornos femininos em prata, remos, timão, áncora, caramujos, moedas e búzios.

Assentamento: O assentamento é feito em ocutá dentro de um prato de vidro coberto e suas ferramentas.

Partes do corpo: Sistema nervoso central.

Ervas: Manjericão roxo, arnica, ondas do mar e alfazema.

Frutas: Coco e melancia.

Bicho de estimação: Mariscos e ostras.

Apelido: Remosa.

 

 

ORIXÁ OXALÁ

 

     Pai de todos os Orixás e mortais, oxalá é o maior e mais respeitado Orixá das Nações Africanas, a paz e harmonia espiritual são suas características. Quando moço, se manifesta em seu Cavalo-de-Santo dançando como os outros Orixás, quando se presenta em suas passagens velhas, chega se arrastando caminhando com dificuldade, muitas vezes fica parado no lugar esperando o auxílio de um Orixá moço.

     Pertence a Oxalá de Orunmiláia a visão espiritual, como consequência o jogo de búzios.

 

Características:

Saudação: Epao Babá!

Dia da semana: Domingo.

Número: 8 e seus múltiplos.

Cor: Branco, preto e branco p/Orunmiláia.

Tipo: Obocum, Olocum, Dakun, Jobocum, Orunmiláia.

Guias: Contas brancas. Para Orunanmiláia preta e branca.

Frente seca: Cangica branca e merengue.

Aves: Pombos brancos e galinha branca.

Quatro-pés: Cabrita branca.

Adjuntós: Iemanjá e Oxum.

Ferramentas: Cajado, coroa, espada, búzios fêmea e moedas.

Assentamento:  O assentamento é feito em ocutá dentro de um prato de porcelana coberto e suas ferramentas.

Partes do corpo: Olhos.

Ervas: Orô, Mamoeiro, Manjericão e Erva de bugre.

Frutas: Uva branca, pêra, bergamota, mamão e coco.

Bicho de estimação: Caramujo  Igbin.

Apelido: Babão.